O dólar americano segue sob pressão diante das expectativas de que o Federal Reserve dos Estados Unidos realize hoje seu terceiro corte consecutivo nas taxas de juros. No entanto, muitos economistas avaliam que o Fed poderá entrar em modo de espera (pause) após essa decisão, sinalização que deve ser reforçada na coletiva de imprensa ao fim da reunião.

As preocupações com a persistência da inflação aprofundaram as divergências dentro do banco central, o que provavelmente impedirá o presidente do Fed, Jerome Powell, de anunciar novos passos de flexibilização no início do próximo ano.

Tal reviravolta nos acontecimentos pode ter um impacto relevante sobre a taxa de câmbio do dólar. Em geral, cortes de juros tendem a enfraquecer a moeda, pois reduzem a atratividade dos ativos denominados nela. No entanto, caso o Fed realmente adote uma postura mais cautelosa após a decisão de hoje, isso pode estabilizar o dólar ou até favorecer uma recuperação.

Ao mesmo tempo, a divisão interna no Fed sobre a inflação e o mercado de trabalho adiciona incerteza ao cenário cambial. Se parte dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) continuar defendendo uma política mais rígida, Powell pode se ver limitado em sua capacidade de promover novos cortes. Isso, por sua vez, pode gerar oscilações inesperadas no dólar no curto prazo. Por isso, traders devem acompanhar de perto as declarações de Powell na coletiva de imprensa — sobretudo sua leitura da inflação e os sinais sobre a política monetária futura.

Após dois cortes de juros neste outono e um total de 1,5 ponto percentual ao longo dos últimos 15 meses, cada nova redução aproxima a taxa básica do Fed de um nível que pode voltar a estimular a atividade econômica — algo que muitos dirigentes desejam evitar. Parte dos formuladores de política acredita que a taxa já está próxima do nível neutro, que não acelera nem freia o crescimento. Divergências sobre o grau real de restrição monetária provavelmente continuarão a alimentar divisões.

A tarefa de Powell em buscar consenso é dificultada pela escassez de dados recentes, consequência do shutdown do governo que durou todo o mês de outubro e parte de novembro. Os dados oficiais do mercado de trabalho de novembro só serão publicados em 16 de dezembro, e os de inflação, dois dias depois. Assim, o Fed precisa atuar em um ambiente de visibilidade limitada.

Análise técnica do EUR/USD: Os compradores precisam conquistar o nível de 1,1650, o que abrirá caminho para um teste em 1,1680. A partir daí, seria possível uma alta em direção a 1,1705, embora sem o apoio de players relevantes isso seja difícil. O alvo mais distante permanece em 1,1725. Caso o preço recue para a região de 1,1620, espera-se alguma reação de grandes compradores. Se isso não ocorrer, o mais prudente é aguardar a renovação da mínima em 1,1590 ou considerar posições longas a partir de 1,1570.

Análise técnica do GBP/USD: Os compradores da libra precisam romper a resistência em 1,3320, abrindo espaço para 1,3350 — nível cujo rompimento será desafiador. O alvo mais distante está em 1,3380. Em caso de queda, os ursos tentarão retomar o controle em 1,3285. Se conseguirem romper essa faixa, isso pressionará significativamente os touros, empurrando o par para 1,3260, com possibilidade de extensão até 1,3230.